quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Do avesso


Sua mania de interpretação anda furada.
Sua maneira de observar anda em queda, feito pedra atirada ao poço.
De maneira consciente falo com o olhar e sequer pode olhar para eles com o afeto digno
     esperado por mim.
Sei ser eu, e mais nada.
Sei amar, e fantasiar o mundo diferente de todos.
Sei forjar a realidade e idealizar o próprio filme perfeito pra dois.
Sei escrever o que os sentimentos mais benévolos escondem para si.
Sei caminhar e refletir num sorriso a gratidão de um carinho conciso.
Sei mais que ninguém analisar seu sorriso e entender o que por trás está escondido.
Só não sei ser adulto, isso eu já tentei.
Não sei também compreender o seu raciocínio lógico.
Talvez consiga alcançar o seu coração e de fato ficar perdido ao tentar absorver o que passa
     em sua mente.
Fico triste.
Tentei ser eu mais uma vez.
E outra vez perdi.
Perdi a chance de ser pra valer.
Prefiro não ser eu na hora de me apaixonar.
Cansei de mim e de minhas escolhas.
Cansei de ser uma página única.
Da maneira peculiar que soa de mim a verdade, só adverte o que se esconde.
Da minha maneira não dá.
Os sentimentos merecem ser guardados, trancafiados e isolados.
Merecem ser felizes, sem mim.
Vou virar-me do avesso.
Não vou ser errada, o avesso de mim é, talvez deixar de constantemente amar.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Crônica Nº. 3


Crise na Vida S.A.

Falar da vida é complicado. Eu nunca em toda a minha lúdica história consegui definir o sistema mundial gerenciado por uma companhia chamada Deus, que volta e meia oscila em suas ações voltadas a perdas e ganhos, a vida S.A. que se desenvolve conforme os acionistas a administram e como toda firma, ela também entra em crise e por motivos adversos pode ser mais uma na lista das que declararam falência.

Há quem gerencie a sua própria ação de uma maneira influenciada por outros, tem aqueles que a organizam de forma invejável almejando a metade daquele que ao lado contabiliza a renda de sua ação na empresa multi, vida S.A. Tem aqueles que bombardeiam a suas de dividas e coisas ruins, e logo perdem o poder da administração. Tem os charlatões, os que roubam e os que administram as dos outros acionistas e esquecem-se das suas, uma espécie de hierarquia de mercado.

A base desta empresa tão conceituada se encontra num lugarejo chamado Terra, lá encontram-se os acionistas em suas pacatas residências, acredita que sair de seu aconchego e frequentar uma rotina por uns números em suas retrógradas contas bancárias seja considerado algo útil. Mas, tem que ter um jogo bem maior para ser um acionista na vida S.A. tem que ser mais que eficiente, só almejar não é suficiente. E para alguns existe um lugar em que você tem mais vantagens do que na Vida S.A., como o seguro de vida divino, uma recompensa belíssima se sua “vida” for de grande produtividade, além de descontos em diversos estabelecimentos cósmicos.

Para obter estes e entre outros beneficio é necessário vender sua ação a concorrência, sua localização nunca é encontrada só se sabe que seu nome durante milênios se encontra no topo da lista dos mais ricos na Forbes magazine. E não é inédito não, mas dizem que quem vende sua ação a ela, nunca volta para reclamar. A empresa de grandioso porte é privada e gerenciada por ela mesma, não possui nenhum funcionário, sim, ela mesma faz todo o serviço, basta o cliente assinar o contrato e pronto! O nome da companhia, já ia me esquecendo, é Morte.

Mas, ter uma ação na vida S.A. é de status, digamos que seja corriqueiro, e geralmente quem vende a sua (o que tem se tornado constante) nunca volta para reclamar ou sequer compra novas ações na vida. O fato que está levando a uma crescente crise na vida S.A. que anda abalando a todos os acionistas, desde os mais novos aos mais antigos, é que a morte tem crescido seu gráfico enquanto a vida cansa-se de planejar estratégias.

Há boatos de que a vida S.A. esteja migrando para um novo ramo por que essa coisa de vida não “tá” pra ninguém, a Morte “tá” detonando. E especulações maiores dizem que existem possibilidades de a Vida S.A. migrar de base e tentar do zero em outra localidade. A Falência da vida gera lucros a Morte. E a culpa é dos próprios acionistas.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Súbitos

Não tem que visualizar o texto, tem que odiar e rejeitar da maneira mais crua.

Tem que "não dar mínima" e não aproveitar absolutamente nada, você se dedica horas e é levado despercebido. Não me importo, não quero que gostem de meu estilo por parecer normal ou natural de se ler, quero simplesmente alcançar da maneira que me distraio nesta tentativa de esboçar uma ideia em forma textual.

Não me concentro na grafia, na pontuação ou na falta de informação, um sentimento exprimido no texto tem de ser posto a visualização no imediatismo, tem que ser vinculado ao universo tão logo. Calar-me pelo fato de não ser observado ou por não agradar a "gregos e troianos" (continuo a observar o horizonte).

Só irei continuar esta mania incansável de brincar com as palavras poi me recompõe de maneira incentivadora à vida. só que aos poucos o que rotina vai se tornando, vai prendendo-me a mim de uma forma que nem a mim suportaria.

Tento me cansar de um todo para não cansar tão fortemente do meu eu.

Me encontro súbito, súbito de tudo, vou dar um pausa na escrita,  o que sinto nem tem agradado tão, tão assim.

Dead.