quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

O atraso

Simples rito.
Num cambalear, entre as linhas retas de uma rua, sinuei-me na verdade com maneira de caminhar.
O que vinha em minha mente era só o seu olhar paradisíaco; tropical.
Portei-me indiscreto, mas a saudade retumbava em meu íntimo e a sensação de desagradar entrou feito artista principal num filme de ação.
Atrasei-me.
Nunca, que a vontade de agir assim foi tão subordinada, tão lamentável de mim mesmo.
Nunca!
Não querer mais que isso ocorra pra não ter mais com que se lamentar, vive passeando desde então sobre o meus pensamentos ante a você.
Levando em mais, agora, um momento tão mágico de sintonia infinita vinda de nós.
Eu não levo o atraso como um algo definido,
eu o entendo como o tempo, que não foi possível estar com você.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

"Doeu!" ou "Doeu?"


Suas palavras foram "normais".
Não, não que exista um padrão entre os caracteres enviados de você à mim.
Elas só foram normais, e um tom meio de desprezo carregavam lentamente um sintoma de dor colocado feito agulha passando a ferida de uma manta, no interior de minha carne detrás do peito.
Suavemente os olhos, (por mais que tentasse segurar, conter) puseram-se a brilhar, devido a forte camada de água posta sobre eles.
Não chorei.
Existia  algo que pudesse suportar, há tempos essas flechas já viam me acertando, e me portei como se já estivesse preparado para a guerra (não estava).
Suas palavras vieram de modo a explicar, seus argumentos caiam bem, e eu senti por você.
Mas, como o silêncio já vivido, vieram um estímulo de dor.
Ah, maldita dor!
Não compreendo me perseguir de tal maneira, não compreendo-a!
Alguém me ensine a entendê-las?
A dor veio.
Se realmente dói, eu não sei mais.
Só conseguia distingui-la, porque veio de você.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Passando o tempo

Já Cansei!
Resistir as dores intermináveis dos minutos, me fazem perder toda a cautela e num momento qualquer eu só consigo manifestar sensações de delírio.
Numa brincadeira, brincadeira de amar, afoguei-me de maneira tão judiada, tão insegura e sem certeza,  e no momento final a loucura dera espaço ao medo.
Perder?! Será mesmo isso?
Paro, diante de cada circunstância, mesmo pequenas, e decidido interrogo-me.
- Valho a pena?
Sim, vale se martirizar em cada segundo, para que a perda não carimbe meu passe para a infelicidade.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Saudade

Eu olho pro papel,
na busca de algo a declarar.
Ele, amassado e inocente perturba-me sem parar.
É como se gritasse, implorando minha rendição, a rendição da caneta e dos sentimentos guardados.
E no silêncio, da noite mais quente do ano, um ruído soa, é o encontro da ponta da esferográfica azul beijando o papel branco repleto de manchas de minhas mãos inseguras.
A única palavra que saiu,
exprimida diante de todo o suor, íntimo.
Eu lia seu nome, mas no papel rabiscará apenas,
saudade.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Empolgação

Horas e horas, virando e revirando páginas na internet.
O que encontro?
A sensação de querer que bem perto, você esteja.
A sensação plena de saber que a cada virada, a cada clique possa ser a vontade de que todos os minutos desenvolvam, para que o momento de te ver, ocorra logo.
Sensação nefasta e insegura, querer e querer, mais e mais, o tempo não passa, o calor aumenta a fúria do dia se concentra.
E o que vem na alma, no peito e na mente? Uma só imagem, um só "flash", você e você. Belo, sinuoso e sorridente.
Intriga-me te desejar tanto?
Sempre!
O intrigante, aguça mais os batimentos, batimentos de um interior além físico, um interior mágico.

E o que eu sei?

Sabia! Tinha certeza, é só avançar um pouco, começar a ter preocupação, para que tudo dê certo e tudo se resolva, e tudo se encaixe, feito pecinhas de um quebra-cabeça.
Aconteceu. Primeiro sumistes sem deixar vestígios, rastros ou qualquer mensagem, qualquer traço, (eles seriam confortantes) mas eis que seu tempo, e nada mais nada menos que seu tempo, algo muito íntimo deva ter ocorrido para não ter me usado como seu diário secreto. Tudo bem não ter sido eu, um objeto de confissões, eu sei também de que não estaria preparado.
E foi numa manhã, eu por querer, quis me atrasar e não dava a miníma para as horas. E numa sincronia perfeita, um andar leve, pensamentos aéreos, ele aparece de lá (tudo bem perder a direção?!) . Eu não sabia se sorria, ou se parava, ou se corria pra um abraço (que confesso estar esperando ansiosamente, isso é notório, sou suspeito), um confortável abraço, um belíssimo sorriso, o iluminar do sol sobre o rosto que me fez ficar tão inquieto durante uma semana (deem risadas, quanto ao tempo). E o que eu sei disso tudo? Nada, não sei nada. Feito a lagarta em seu casulo, tudo ainda se encontra, ainda fechado, ainda sem saber. Talvez a única coisa que posso confessar com certeza pra mim mesmo, é de que o sorriso o toque, me fez falta, e esta manhã foi o suficiente pra dar perspectiva nesse fim de ano tão turbulento, tão tumultuado. O seu ser presente me deixa calmo, me deixa leve, me retrai quanto ao mundo me sinto mais aéreo do que o normal, e o melhor, me faz bem.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Seja qual for o motivo

A desesperança toma conta,
e na revolta de não tê-la, só existe você e o que apelidam de solitária.
Há coisas, que se formos explicar, não renderiam uma receita, não renderiam um bolinho de chuva,
se reunirmos obstáculos, talheres e traças formamos a casa de palavras, lá dentro no aconchego, uma reunião em volta a mesa. O motivo? - Coisas secretas.