quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

É para existir?

Somos tão cruéis de maneira tão boa.
Nos matamos aos poucos, por tão pouco.
Não é pouco, mas para eles, são migalhas (considero).
Acho que tudo se confunde numa simples ilusão de guerrear.
Em uma batalha sua, pela conquista, de um coração.
Um coração para ser tomado, é de uma disciplina infindável.
E quando na verdade o que queremos é a troca de sentimento, a troca de amor.
Neste tipo de guerra a perda precede até mesmo o sentimento de existência.
Não se pode perder, mas também, não se pode obrigar um coração a amar.
Então sumir aos poucos tenha lá seu fascínio.
Eu queria poder sumir, pois nesta batalha, a perda está me consumindo.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Crônica nº. 2


O sentimento sentido

Há obstáculos, sabemos. Mas, consigamos decifrar seu tamanho, sua dimensão e proporção? Não sei se quero realmente identificar qualquer sinônimo inquieto que vire e revire o intimo humano. Decido me calar e sofrer de forma anônima, acreditando na breve passagem, como um trem no metrô. Às vezes queria poder perder este trem.

O que está acontecendo? É a dor, entrando na veia e sucumbindo o mártir de cada um. É quando uma tragédia vem e a “capa” envolta de pele e osso, se esconde detrás de algo que bate no intuito de sobrevivência, mas, que na verdade, é sensível é tocável.

Se existe “corações de pedras”, que estes não residem no país dos brasileiros (espero assim). O que se reúne aqui é amor conjunto e sentimentos de pesar (acreditemos). Lágrimas verdadeiras. E o que dizem, é o contrário do que pensam da maneira mais racional, na forma de criticas no intuito de se pré-julgarem, colocando em pauta o debate do que poderia ser evitado, deixando desvanecer os motivos que relevam a situação: seres humanos morreram de forma cruel, e embora seja necessário, não é tão relevante para a situação precisamos pensar-nos que se foram.

Só acredito que seja necessário nos preocuparmos com a dor de muitas famílias brasileiras. Meu Deus! Estamos falando (vivendo), de uma situação que mais poderia ser considerado um massacre, e que o futuro para mais de 230 jovens foram deixados naquele momento em que o que mais queriam era se divertir, munidos de amigos e ideias divertidas.

O luto é contra a variável afetiva que é cronometrada em momentos de abraços e confortos, mas a perda é para sempre. A repercussão é grande, mas o apoio e a proteção vinda de Brasília se adéqua ao sentimentalismo de um povo que se envolve quando os seus é atingido de forma horrenda.

De onde vem tal dor? Que a dor sinta sua própria dor, e que nos deixe! Não, ela não vai nos deixar, pois sabe que nós, pobres de coração indefeso, somos como seu elixir da juventude, ela se mantem através de nós.

Tudo acontece, devemos ter ao menos uma pequena dose de consideração diante de nosso país. Não devemos contestar o sentimento do povo, eles estão desolados e chocados. Precisamos dosar está capacidade humana de se irritar por outros serem tão irreais. É de cada individuo ter ou não sentimentos. E que as criticas sejam voltadas aos maiores, assim que todos aconchegarem suas cabeças em seus travesseiros. Os pequenos, em partes, abalados, não merecem tais criticas, se os sentimentos falam por eles.

Que saibamos entender os sentimentos.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Crônica nº 1


Como tudo começou

Eu era raquítico, confuso, meio conturbado, ideias diferentes e mente aérea. No sei como, mas devido às circunstancias, naquela pequena cidade fui parar. As pessoas eram conservadoras, mas a fofoca e conversas alheias eram um prato cheio para as senhoras de idade que perambulavam pelas ruas. Todos se conheciam, todos se cumprimentavam e eu passeava pelas ruas como um inquilino insatisfeito, cabeça baixa ou fone de ouvido viajando pelas canções de um pop esquecido. O divertido era acordar ao som do galo preso numa gaiola imensa no quintal ao lado, a vizinha era Joana e guardava, além do galo, um papagaio que todo fim de tarde cismava em gritar palavras desconexas. No que se dispunha a fazer na cidade era bem limitado ou se dedicava ao bom livro e seus devaneios complexos, ou se martirizava no calor da cozinha. Ha! Iria me esquecer, você também tinha como opção suprema sentar-se ante a tevê e iludir-se com as telenovelas e seriados. Sim, na pequena cidade havia sinal de tevê a cabo. Mas, nunca foi meu “forte”, televisão, é muito constante, quando se apega, duram somente alguns capítulos e você sente falta, é como se criássemos um filho com o decorrer do assistido, e de repente, quando o autor, diretor e atores decidem, tomam-no de você, e tudo como se não fizesse falta. Por ser também muito seletivo, isso me intriga em muito, quase não vejo tevê por opção, mas é claro que se ela estiver ligada e algo me interessar, dedico-me alguns pequenos minutos àquela apresentação. Fora estas opções “estrondosas” de entretenimento, havia uma de que mais me saturava, ir à escola. Biologia sempre foi meu fascínio mais a professora era atoa de mais, me deixava inquieto, tinha vontade de ir à frente, e explicar a lei de Darwin da maneira certa. História, eram filmes e mais filmes, a professora era uma graça, tinha um estilo meio “sapatão”, mas era casada e esperava um neném. A de matemática era “velhinha”, só fazia gritar e gritar, suas aulas eram estressantes e a matéria voava em meio a sala de um azul nauseante. Todos a adoravam e tinham um carinho por ela, mas zombavam o quanto podiam de seu rostinho miúdo com imensos óculos “fundos de garrafa”. Eu tinha pena. A turma era animada, faziam suas bagunças e no canto da sala na última cadeira, encontrava-se eu. E quando a aula era de Língua Portuguesa, o universo linguístico esperando por um renascimento instigante em minha mente, se posicionava numa galáxia repleta de letras expurgando saberes. A professora tinha carisma e tudo que ela falava carregava um tom mais que intelectual, sua filosofia era invejada por um aluno “raquítico” e estranho. Eu consegui me apaixonar pelo realismo, romantismo e cubismo. Até a ortografia me fazia delirar. Para alguém, como eu, que pensara em não ter nenhum dom, posicionei-me incrivelmente, descobri-me, na aula de Português, que escrever era o que tinha de melhor em mim. A cada redação uma biblioteca se formava em meu caderno, eram referencias, era o auxilio da professora adorável, e as palavras instigando-me a escrever e escrever. Ela tinha o dom, e conseguia passa-lo de maneira pacifica e singela. Foi nesses seis meses de vivência num lugarejo distante, que me apossei de algo que me fez tão índole, mesmo que minha persona ainda não seja tão eficaz, decorei-me de algo que amo, escrever é o que sei. Escrever é o que amarei para sempre. Agradeço a professora Lilian, por me ajudar a posicionar-me nessa escolha que me trás sempre aqui.

Ouso em escrever-me. 

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Eu juro que vi


Eu leio suas palavras.
Tudo bem, eu vasculhei, encontrei e as vi.
Algo apontou em mim, não admitiria que tais palavras corressem assim.
E o que me carrega na alma, não é sentido pela sensação de existir.
Algo supremo vislumbra essa inexorável sensação.
Deixe essas palavras.
E Deixe-me sentir, deixe!
Deixe nos sentir.
Participe deste intervir de uma das autoras mais ilustres.
Sente-se comigo.
Tomemos um chá, compartilhemos nossas alegrias.
E ela recria, num método de brincar, de se carregar por ante as partes.
E usa de seu hábito para que possamos ser.
Escreve-nos.
Transborda-nos.
Encaixa-nos.
Num quadro, que destaca sua sala de estar.
Que aprimora uma galeria.
Que enche os olhos.
É, a vida, não brinca de escrever.
Não brinca de ser quem não é.
Não escreve em vão.
Faz esta história.
Vamos vive-la, então?


quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Encontro

Eu preciso de um encontro. É um desejo que supera a necessidade, elava minha inquietação e aguça minha paixão de forma constante.
Só quero te ver.
Um minuto, ou dois.
Um pouco só.
Só.
Só.
Só.

...

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Domingo

Que nunca se esqueça.
Que tudo conspire e sente-se a ver.
Não quereria que acabasse.
Se o tempo fosse palpável, o guardaria numa caixa, trancaria e jogaria a chave no fundo do mar.
Foi eternamente enlouquecedor.
Um arrepio jamais sentido.
Uma sensação jamais desejada.
Algo sobreposto a qualquer expectativa.
Vivo.
Respiração.
Toque.
Delírio.
Bom.
Palavras.
Suspiros.
Beijos.
Estado puro.
Revelações.
Sempre soubemos, sempre sentimos.
Sempre.
É viver um filme.
Senti tanta falta.
Domingo, o dia mágico, o dia de todos e para todos.
Um dia que guardei, e guardarei!
Um dia pra querer se lembrar.
Um momento.
Sabe o que é bom?
Poder tê-lo como motivo de nós.
Um sabor de nós.
Um equilíbrio, um conhecer ambos.
Uma didática de paixão e afago.
Seu olhar.
Seu sorriso.
Um íntimo.
Num envolto abraço.
Um único brilhar.
Os olhos.
Te quero mais.
Quero mais domingos.
Eu vou amar pra sempre àquele domingo.
O dia do nosso domingo.
Domingo, domingo e domingo!



sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

A vida do papel


Simples, grosseiro, feio, branco, bege, reciclado, usado ou virgem.
Há uma percepção quando se faz o uso de um dos instrumentos mais úteis à humanidade.
Mas, de que serviria, se o seu “papel” é findo em registrar?
Guardar da forma que queira.
Um conto.
Um rabisco.
Eu tentaria deduzir um significado poético para o papel, mas a única recordação que tenho é a pequena experiência.
Como a datilografia diria:
- Sou precisa, e objetiva!
O que entra em tese, é a proposta de carregar um “quê” a mais.
O papel tem essa mágica.
E hoje só se resume em “papel” o ato de limpar os lábios após um lanche, ou impressão de trabalhos acadêmicos.
Tudo bem em poupar.
E quanto ao cheiro do papel A4, “fresquinho” saindo da caixa?
E quanto àquela carta com um sentimento tingindo?
A caneta ainda carrega um cheiro de paixão?
Recebi uma carta.
Mas acredite, ela era cobrança bancária.
Veio com uma mensagem de fim de ano, muito bela.
Juro, não é essa a finalidade amável que pensara do papel.
Onde se esconde a mágica de se apaixonar por cartas.
Por onde anda? Alguém?!
Era para ser feito a paixão da jovem Rainha Victória.
Coisa linda!
Uma borrifada do melhor perfume, para que a leitura soe como se a pessoa estivesse presente.
Talvez o papel, e sua longa trajetória, tenham se dedicado a prestar serviços para a ausência de pessoas.
Um método desenvolto.
Valeu cada folhinha.
No entanto as pessoas encontraram diversas maneira de estarem juntas, e quem entra no castelo de ausência, é quem serviu (e serviu bem) para bani-la, o papel.
Hoje caminha sozinho, em gráficas.
Servindo de boletos, transbordando os caixas.
Só queria receber uma carta.
Vovó recebia, e o vovô também.
Mas hoje é obsoleto.
Talvez como muito, tem perdido a essência das boas coisas.
O papel, não morre.
Fica na gaveta, entre as peças íntimas ou tolhas.
Mas só se a finalidade dele for revelar algo pra alguém.
Papel, amo o papel, amo o que ele trás.
Recebi uma carta em papel.
Mas ela, era cobrança.



Dejávu

A única repressão minha é saber já ter vivido.
Eu não queria passar por algo já passado.
Acho que tudo tem seu valor único.
Sua singularidade.
Eu enchi meus pensamentos, naquele momento em que sumiu, fugiu ou se escondeu.
Não quero me programar pra reviver o acontecimento mais inglório.
Contribuo para um drama, mas, tenho certeza, o fato é gostar.
Gostar de mais e não saber ter um outro olhar.
Paixão!?
Alimentava instantaneamente um sentimento tão bom.
Andei pensando em nada mais.
Andei imaginando você, escrevendo pra você.
Só que, sem mais.
(não houve esclarecer)
A gente brigou?
Talvez não queira esclarecer.
Silêncio.
Vindo de lá.
Um tumulto no peito.
Revirando e revirando.
Se sacudir explode!
Medo.
Não mais medo.
Sentir falta, confiar e acreditar me embarcaram numa história sem princípios.
Choro.
Nova visão.
Ainda sinto pontadas no peito ao ecoar de seu nome.
Ainda sinto algo, sinto de verdade.
Só que não quero reviver o triste vivido.
Por acreditar nos momentos e em sua única passagem.
Por acreditar que com toda certeza o que ocorre seja verdade.
Seja real.
Num estilo "carne e osso"
Medo de acordar agora.
Medo.




quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Esquecer?

A vontade é pertinente.
Mas, quem disse que minha vontade é de satisfazer a vontade?
Eu me olho, sem espelho, acho que é um olhar interior.
Começo as análises, não pelo fim de ano, mas pelo o início de um novo.
Um novo começo.
Uma nova página.
Um novo "eu".
Um novo método.
Uma nova tentativa de esquecer.
Mas, esquecer o que foi bom?
Não!
Não, há como!
É como se todos os minutos e segundos, e dias e meses tivessem corridos em vão!
Temos que dar margem de valor ao que foi bom.
Acabou, será?
Talvez acabe por um dos lados, mas existe uma ampla tentativa de continuar, de um outro.
Essa história me deixa tentadoramente triste.
Eu me coloquei numa embarcação que jurava ir à um lugar de beleza infundível.
Mas, antes mesmo de chegar esqueci-me das tempestades e de contratar um seguro
O seguro é o de menos.
Não há remédios.
E o Final.
Me encontro num bote.
E o pior.
Ele está furado.
E o que me faz chorar, por longas horas?
Está sem um alguém.
Um alguém.
Um alguém, que durante alguns dias, naquela embarcação bela.
Me fez um algo que me levantou do chão.
Me fez perder o raciocínio.
Me fez amar.
Me fez bem.
E que agora...
Me deixa uma sensação.
A sensação.
Sensação essa, indesejável.
Quase que sensação de perda.
Ela:
Infelicidade.